terça-feira, 8 de dezembro de 2015

Ética Empresarial: infelizmente, na maioria dos casos, a prática não corresponde à teoria.

Nos cursos
e nas publicações 
sobre gestão e liderança,
sempre se enfatizam questões
sobre lideranças 
e cultura organizacional.

Entretanto, infelizmente na maioria dos casos a teoria e a prática não se relacionam. Como diz Rose Mary Almeida Lopes, doutora em Psicologia Social pela Universidade de São Paulo (USP), os cursos e livros sobre gestão empresarial sempre recomendam a adoção de uma conduta transparente pautada em acordos e códigos de ética, mas sem órgãos ou instâncias aos quais se reportem desvios de conduta. Segundo ela, cotidianamente o que se vê são muitos desvios e malfeitos raramente sendo encaminhados e corrigidos. Há discrepâncias entre os discursos e o que realmente acontece. "Parece que, quanto maiores são os benefícios e valores envolvidos, maior pressão existe sobre determinados agentes e indivíduos para que se conformem, deformem ou saiam dos jogos em condições de denunciar", diz a psicóloga. Ela revela que geralmente não há uma discussão aberta ou preparação dos empreendedores sobre como o mundo dos negócios pode se revelar obscuro e perigoso. Como resultado, a maioria dos novos empreendedores se torna vítima fácil de tramas bem armadas por "espertos" que sabem como não deixar pistas ou usam fortes recursos de dissuasão. 
Rodrigo Pinho Bertoccelli, colunista do Uol Notícias, diz que a vida nos impõe escolhas e por isto a ética é um objeto de estudo muito importante para aperfeiçoarmos a convivência humana. "Se considerarmos o início do pensamento ético na Grécia antiga, tendo Aristóteles como seu maior expoente, é certo que os dilemas que as sociedades enfrentam aumentam cada vez mais a complexidade das decisões" - ele diz. Para Rodrigo, é isto que nos obriga a nos aproximarmos ainda mais da ética, sobretudo na atual realidade brasileira, em que a palavra "corrupção" se tornou tão cansavelmente repetida nos noticiários. 
A palavra "corrupção" tem como significado uma expressão muito conhecida: "inversão de valores" - que na verdade utilizamos para nos referirmos à inversão de valores éticos. Observando tanto o que dizem Rose Mary e Rodrigo, e observando atentamente as principais notícias que surgem nos jornais, telejornais e na internet, concluímos que falta o que Rodrigo chama de "um compromisso coletivo e articulado" envolvendo governos (municipais, estaduais e federal), empresas, universidades e a sociedade civil organizada. 
Nenhum desses grupos é um grupo isolado. Cada um deles é parte de um todo. Esse "todo" é constituído por todos nós. Cada um de nós - você também, leitor(a) - deve se preocupar com a maioria das formas de fazer negócios que são utilizadas no país. Caso contrário, nunca se encontrará uma solução para os problemas que já existem e muitos outros ainda mais graves surgirão no decorrer do tempo. Precisamos fomentar uma cultura empresarial baseada na ética para aprimorar o âmbito jurídico e fortalecer todas as instituições legais, poque estas, quando perdem a autoridade, põem em risco todas as nossas conquistas - inclusive as pessoais. 

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